Antonio David Passos
Corrêa
Ohana França
Orientação:
Prof. Dr. Amarildo Salina Ruiz
Co-orientação:
Profa. Dra. Maria Zélia Aguiar de Souza
A região da Vila Ponta do Aterro, alvo deste estudo, está localizada no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, no estado de Mato Grosso e é caracterizada pela ocorrência de rochas pertencentes ao Terreno Paraguá. Esta porção do estado é pouco conhecida do ponto de vista geológico, contando apenas com trabalhos de reconhecimento nas escalas 1:1.000.000 e 1:250.000, respectivamente, RADAMBRASIL (Barros et al. 1982; Del’Arco et al. 1982) e Ruiz (2005). O objetivo deste trabalho é contribuir para o entendimento da evolução geológica do embasamento gnáissico-granítico que precede a deposição do Grupo Aguapeí. A partir do mapeamento geológico sistemático na escala 1:250.000, foi possível definir que o Terreno Paraguá, na área mapeada, é constituído pelas seguintes unidades litoestratigráficas, da base para o topo: Granulito Ponta do Aterro, gnaisses Las Cruces, Matão e Triunfo, granitos Tarumã e Morrinhos, Formação Fortuna (Grupo Aguapeí), Pantanal do Guaporé e Aluviões atuais; ressalta-se que, à exceção das três últimas e do Granito Tarumã, a descrição das demais é pioneira. Propõe-se correlação litoestratigráfica e tectônica das unidades do Cráton Amazônico no Brasil, como as do oriente boliviano descritas por Litherland et al. (1986) e definidas como Complexo Granulítico Lomas Manechis, Complexo Gnáissico Chiquitania, Grupo Xistos San Ignácio e Complexo Granitoide Pensamiento, conforme a seguir: a) Granulito Ponta do Aterro – Complexo Granulítico Lomas Manechis; b) gnaisses Las Cruces, Matão e Triunfo – Complexo Gnáissico Chiquitania e, no Brasil, Suíte Intrusiva Serra do Baú (Ruiz 2005); c) granitos Tarumã e Morrinhos – Complexo Granitoide Pensamiento. Não foi encontrado em território brasileiro litotipos correspondentes ao Complexo Xistos San Ignácio localizado no oriente boliviano. Do ponto de vista deformacional a área mapeada é separada pela Zona de Cisalhamento Guaicurus em dois domínios estruturais, ambos polideformados e marcados por pelo menos três episódios de deformação dúctil, denominados F1, F2 e F3. Geoquimicamente, as rochas dos granitos Morrinhos e Tarumã classificam-se, respectivamente, como traquiandesitos e traquidacitos e como traquidacitos e riolitos, sendo o magmatismo de afinidade sub-alcalina, de natureza cálcio-alcalina de alto-K, essencialmente metaluminosa, consideradas pós-colisionais geradas em ambiente de arco magmático.
CORRÊA, Antonio David Passos; FRANÇA, Ohana. Geologia, análise estrutural e geoquímica da região da Vila Ponta do Aterro-MT, com ênfase nos granitos Tarumã e Morrinhos – Terreno Paraguá – SW do Cráton Amazônico. 2011, 73 f. Monografia (Graduação em Geologia) - Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2011.
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